Hellblazer-O fim da saga de John Constantine no Brasil
Finalmente a Panini conseguiu encerrar a saga do mago trapaceiro no Brasil. Os leitores e fãs mais antigos tinham até uma piada, ou ainda uma tirada sarcástica, ao modo do próprio Constantine: deve ter alguma maldição atrapalhando o processo. O que não seria de todo falso,já que em terras brasileiras temos toda a sorte de maldições atrapalhando o mercado editorial,crises econômicas,insegurança do mercado,preço das publicações, um gosto um tanto apurado por scans por parte dos leitores, e a própria falta de dedicação dos publishers por aqui, que ainda não entendem o mercado como algo promissor,fazendo vários malabarismos com os direitos e as decisões de publicação.
Enfim, divagações a parte a Panini cumpriu a sua promessa aos fãs e detonou,com aproximadamente 30 encadernados que tinham o objetivo de cobrir toda a saga do Constantine no selo Vertigo, com passagens pela editora Pixel, que após a saída da Abril do mercado editorial,tentou dar continuidade no material por aqui,mas não foi bem sucedida. E só posso dizer que os últimos arcos foram decepcionantes. Mal reconhecia o mago sacana, o cara que enganou o Primeiro dos caídos, que ajudou o Monstro do Pântano a resolver uma disputa entre o Bem e o Mal no meio da Crise nas infinitas terras,que mijou na cabeça do Rei do vampiros.
No final, John Constantine era apenas uma cópia bugada e suja do Mago Supremo da Marvel,com poderes mágicos de luzinhas coloridas,bem distante dos astuto personagem que sabia um pouco de quase tudo que ocorria no universo mágico da DC, que sempre tinha uma tirada engraçada, um dos fundadores da Brigada dos encapotados, que assumia sua sorte,mais que talento. Ver o último quadrinho desse encadernado dá a exata dimensão do quanto decaíram os argumentos, e o olhar do próprio Constantine de quem reconhece sua obsolência em um mercado em que os adultos são cada vez menos exigentes em relação a roteiros e mais exigentes em relação a ação.
A transformação do personagem em algo mais adequado aos tempos atuais e longe daquilo que costumava ser nos Novos 52 foi realmente uma pena,pois reencarnou mais novo,mais colorido e um arremedo do que era.
Quase como aquelas Matrioscas, as famosas bonecas russas que quando você vai tirando uma de dentro da outra,apesar da aparência ser a mesma ,sobra pouco da matéria que as deu origem. Como vingança levou para o além o selo Vertigo, palco de coisas maravilhosas como Escalpo,A Casa dos Mistérios,Lugar Nenhum,Os livros da Magia, Sandman, Sandman: teatro dos mistérios e muito mais. Pelo lado da Panini devo dar os parabéns, apesar do preço, conseguiu cumprir uma demanda dos fãs, assim como tem feito com o Monstro do Pântano, que também entrou na fase esdrúxula, apos a saída do Alan Moore.
